sexta-feira, 5 de julho de 2013

Cadeira de Balanço, a Perda de Um Anjo

Hoje, o quadro "Comentarista do Mês" é muito especial. Agora pouco, recebi um e-mail de um autor desconhecido, pedindo para que eu postasse o texto a seguir, que sinceramente me comoveu. Em homenagem, estou postando esse comovente texto. Vamos ler?
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Menino pacato, nascido em uma pequena cidade do MT, criado pela avó, amado pela mãe e pelo irmão. Assim era Dennis Manerich – 22 anos, funcionário público e estudante de Engenharia Civil em São José do Rio Preto.
Era difícil quem o conhecesse e não viesse a ser amigo dele, cativante, meigo, inocente, puro de alma e coração. Amante das coisas simples da vida, amava sua cidade, sua família e seus muitos amigos. Nunca gostou de vida noturna, de badalações, nunca fumou, nunca usou drogas nem tão pouco ingeriu bebidas alcoólicas. Gostava de comida simples e encarava todos os desafios de cabeça erguida. Trabalhador, honesto, coração imenso e extremamente inteligente!
Para vê-lo feliz, bastava ser amigo dele e estar a seu lado, passear pela represa da cidade ou apenas ficar olhando para o horizonte. Tomar um sorvete juntos ou andar de carro sem rumo.
Viveu quase toda a sua vida em sua cidade, Alto Taquari/MT, onde não tinha inimigos, era querido e amado por todos da cidade. Foi funcionário público lá também, onde atuava na Secretaria de Esportes e como ele sempre falava, foi a melhor fase da vida dele. Nunca teve ambição de grandes fortunas, apenas queria ter uma vida tranquila e poder ajudar seus familiares.
Passou no vestibular e então mudou-se para São José do Rio Preto em fevereiro de 2012, onde era aluno da Unirp. Trabalhou em uma padaria inicialmente antes de passar no concurso público, que o tornou Agente Administrativo na cidade, iniciando essa atividade no dia 29 de abril.
Tudo ia bem, apesar de todas as dificuldades que apareciam pelo seu caminho e cautelosamente, Dennis ia vencendo-as, até que então veio a conhecer um rapaz... morador da cidade.
Após breve relacionamento com essa pessoa, Dennis se afastou do mesmo por perceber que esse relacionamento não teria futuro, já que era constantemente humilhado pelo seu parceiro, que o maltratava e batia nele sem motivos.
Quantos relacionamentos iniciam e terminam diariamente não é mesmo? Nunca temos a certeza de escolhermos a pessoa certa para conviver e o que fazemos? Damos continuidade em nossas vidas, na esperança de que em algum momento encontremos a pessoa certa para nós. Não é assim que as coisas acontecem?
Infelizmente, nesse caso não foi assim! Esse ser desprezível, ao invés de seguir sua vida, decidiu importunar a vida de Dennis, fazendo com que Dennis fosse humilhado em locais públicos como num conceituado restaurante da cidade, ou então humilhando-o e fazendo agressões verbais nos momentos que Dennis passeava com sua mãe e irmão pela represa da cidade. Achando pouco, armou uma emboscada para Dennis no domingo passado, dia 30, onde unido com alguns amigos e com seu cunhado, covardemente surraram Dennis a socos e ponta-pés, espancando-o até que Dennis desmaiasse por não mais aguentar as agressões e mesmo após desmaiado, arrastaram ele pelas pernas sobre o asfalto, ferindo-o gravemente nas costas também. Dennis foi encontrado por alguém (não sabemos quem) e foi levado para um respeitado hospital. Por falha médica, deram alta para ele após o atenderem e Dennis foi levado para casa pela sua família.
Incompreensivelmente, o hospital não notou que ele estava com traumatismo craniano e hemorragia interna, devido a sessão de espancamento que ele foi submetido pelo então ex-parceiro e comparsas. E Dennis veio a falecer horas depois em seu apartamento, nos braços de sua mãe!
Espero que as autoridades não deixe impune esse crime, que teve como consequência, a morte de um garoto que apenas queria da vida ser feliz! Assim nascem os anjos... Vai com Deus e Nossa Senhora, Dennis! Sua breve passagem por nós nunca será esquecida! Descanse em paz...

Autor Misterioso.
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Cadeira de Balanço por Dennis Manerich (Notas) em Sexta, 1 de fevereiro de 2013 às 12:12.

"Sempre menti minha idade, não pela futilidade de querer ser sempre jovem, mas por pensar que não amadureci o suficiente, ou talvez por ter, e assumir ter, uma visão deturpada de envelhecer...
Sozinho na varanda de casa, sentado na velha cadeira de balanço que range num ritmo gélido rasgando o silêncio de uma vazia solidão. Morrendo aos poucos de nostalgia, à espera da morte.
Assustador, eu sei, mas estas palavras simplesmente traduzem a dor de um sofrimento precoce, que se faz desnecessário. É como ter as marcas de uma falsa velhice.
Sempre existe um momento, sem data específica ou hora marcada, que nos faz refletir profundamente.
O meu foi ontem, assistindo FRIENDS. Em meios a um turbilhão de altas risadas e longas gargalhadas consegui enxergar da forma mais agradável do mundo que não se fica jovem para sempre, que temos como planejar nossas vidas, e o mais importante: que envelhecer é preciso.
É assim que é a vida.
Não serei jovem para sempre... Mas serei eterno. Acreditar nisso me conforta, mesmo estando sozinho numa velha cadeira de balanço..."

Dennis Manerich.

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